O hip-hop emergiu em meados da década
de 1970 nos subúrbios negros e latinos de Nova Iorque. Estes subúrbios,
verdadeiros guetos, enfrentavam diversos problemas de ordem social como
pobreza, violência, racismo, tráfico de drogas, carência de infraestrutura e de
educação, entre outros. Os jovens encontravam na rua o único espaço de lazer, e
geralmente entravam num sistema de gangues, as quais se confrontavam de maneira
violenta na luta pelo domínio territorial. As gangues funcionavam como um sistema
opressor dentro das próprias periferias - quem fazia parte de algumas das
gangues, ou quem estava de fora, sempre conhecia os territórios e as regras
impostas por elas, devendo segui-las rigidamente. Esses bairros eram essencialmente
habitados por imigrantes do Caribe, vindos principalmente da Jamaica. Por lá,
existiam festas de rua com equipamentos sonoros ou carros de som muito
possantes chamados de Sound System (carros equipados com sistemas de som,
parecidos com os trios elétricos). Os Sound System foram levados para o Bronx,
um dos bairros de Nova Iorque de maioria negra, pelo DJ Kool Herc, que com doze
anos migrou para os Estados Unidos com sua família. Foi Herc quem introduziu o
Toaster (modo de cantar com levadas bem fraseadas e rimas bem feitas, muitas
vezes bem politizadas e outras banais e sexuais, cantadas em cima de reggae
instrumental), que daria origem ao rap.
Neste contexto, nasciam diferentes manifestações artísticas
de rua, formas próprias, dos jovens ligados àquele movimento, de se fazer
música, dança, poesia e pintura. Os DJs Afrika Bambaataa, Kool Herc e Grand
Master Flash, GrandWizard Theodore, GrandMixer DST (hoje DXT), Hollywood e Pete
Jones, entre outros, observaram e participaram destas expressões de rua, e
começaram a organizar festas nas quais estas manifestações tinham espaço assim nasceram as Block Parties.
As gangues foram encontrando naquelas novas formas de arte
uma maneira de canalizar a violência em que viviam submersas, e passaram a
frequentar as festas e dançar break, competir com passos de dança e não mais
com armas. Essa foi a proposta de Afrika Bambaataa, considerado, hoje, o
padrinho da cultura hip-hop, o idealizador da junção dos elementos, criador do
termo hip-hop e por anos tido como "master of records" (mestre dos
discos), por sua vasta coleção de discos de vinil.
DJ Hollywood foi um DJ de grande importância para o
movimento. Apesar de tocar ritmos mais pop como a discoteca, foi o primeiro a
introduzir, em suas festas, MCs que animavam com rimas e frases que deram
início ao rap. Os MCs passaram a fazer discursos rimados sobre a comunidade, à
festa e outros aspectos da vida cotidiana. Taki 183, o grande mestre do Pixo,
fez uma revolução em Nova Iorque ao lançar suas "Tags" (assinaturas)
por toda cidade, sendo noticiado até no The New York Times na época. Depois
dele vieram Blade, Zephyr, Seen, Dondi, Futura 2000, Lady Pink, Phase2, Cope2
entre outros. Em 12 de novembro de 1973, foi criada a primeira organização
que tinha em seus interesses o hip hop. Sua sede estava situada no bairro do
Bronx. A Zulu Nation tem, como objetivo, acabar com os vários problemas dos
jovens dos subúrbios, especialmente a violência. Começaram a organizar
"batalhas" não violentas entre gangues com um objetivo pacificador.
As batalhas consistiam em uma competição artística.
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